Me senti uma vendida. Mudei o título deste post por medo da censura de Joseph Goebbels. Mas muito mais feio fez a revista Veja. Esqueceu de usar o Photoshop no Serra. Os eleitores indecisos vão pensar duas vezes antes de colocar o porta-retrato na cabeceira... Vide matéria.
E queridos administradores do Metrô Rio. Gostaria de discutir umas questões matemáticas com vocês. Tomemos um trabalhador que ganhe um salário mínimo (R$465,00) por mês, não tenha a carteira assinada e dependa do metrô (R$ 2,80 por viagem) para ir e voltar do trabalho. Vamos batizá-lo de Paulo. Pois bem. Suponhamos que Paulo trabalhe de segunda a sábado e, portanto, gaste, em média, R$ 140,00 mensais com transporte. E que ele more no morro da Babilônia e pague só R$120,00 de aluguel. Sobram R$205,00 para Paulo gastar no resto do mês. Leia-se R$6,80 por dia (para ele fazer as três refeições). Sorte que Paulo ainda não tem família para sustentar, hein? E pena que, se Paulo comprar um bilhete de metrô com antecedência para ir à praia no domingo e ficar doente, na segunda, vai descobrir que o cartão não vale mais. Aliás, vale bem menos - apenas R$1,00 na compra de um novo. Ou seja, neste dia, Paulo vai ter que sobreviver com R$5,00. Um McChicken - sem batata frita. Nota da editora
Paulos, Pedros, Marias, Sílvias e Natálias Boeres, pessoas que trabalham muito por seus salários, agradeceriam se o cartão magnético do metrô do Rio de Janeiro não fosse perecível como iogurte fora da geladeira.
A pauta era ótima, merecia uma repercussão no aMenas Coisas, mas eu, editora relapsa, perdi o timing. Acabei não comentando aqui a atitude de macho de Ricky Martin ao assumir a homossexualidade recentemente. Eis que o Fantástico reciclou a pauta para mim. Meu muito obrigada a Renata Ceribelli e editores, que resolveram tirar o cantor baiano Netinho do armário também e esqueceram de contar a ele. Confiram a matéria exibida no programa do último no domingo e, logo abaixo, a nota de esclarecimento que o cantor postou em seu blog pessoal.
Após Ricky Martin, Netinho assume também que é gay O cantor brasileiro resolveu abrir o jogo sobre sua sexualidade
Fala, Netinho! “Só pude ver a matéria de ontem do Fantástico de madrugada pois após o show levei ainda um bom tempo para chegar no hotel e conseguir me conectar à internet. Lamentável a pobre edição que fizeram da entrevista que dei a Renata Ceribelli. O programa desperdiçou uma bela oportunidade de aprofundar o assunto sem ser tão superficial como foi diante de tanta coisa bacana que eu falei. Vivi uma experiência de relação com uma pessoa do mesmo sexo, relação essa que teve a mesma base de sustentação de qualquer outra relação: a paixão, o amor, o companheirismo e tudo o que de positivo você conseguir imaginar que pode acontecer entre duas pessoas. O fato de ter tido junto a mim uma pessoa do mesmo sexo não me modificou em nada como homem, como pai, como filho, como irmão e como amigo. Ao contrário, apenas me acrescentou. Me mostrou que o amor tem uma dimensão muito maior do que a que eu imaginava. Me mostrou que o amor está acima de cor, raça, idade, condição financeira, sexo, de tudo! Meu jeito de falar, de andar, de vestir, de pentear… nada disso foi alterado. Eu continuei a ser a mesma pessoa, prezando a minha masculinidade, gostando de fazer as mesmas coisas, tendo a mesma relação com o espelho, com o meu eu interior e com os outros. Nunca falei em lugar algum que sou “gay” pois não gosto da conotação que esta palavra tem aqui no Brasil. E não gosto de me rotular. Em nada. Não sinto que tenho que me situar numa categoria. Hoje o meu amor, o meu desejo podem estar direcionados a uma pessoa do sexo oposto e amanhã a uma do mesmo sexo. Isso pra mim não importa desde que estas relações sejam sempre motivadas pelo amor”