aMenas coisas

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Da série "Notícias que não podemos viver sem"

Ilze em cabertura no Vaticano

Tudo corria bem no meu almoço de sexta-feira até ouvir de relance no Jornal Hoje a conclusão da matéria de Ilze Scamparini - aquela que tem o emprego que todo jornalista queria ter - sobre a cirurgia para corrigir uma fratura no pulso esquerdo do Papa Bento XVI:

As férias nos alpes italianos continuam até o dia 29, mas com o pulso engessado, o pontífice não vai poder tocar piano.

Imediatamente, o peixe grelhado e os legumes no meu prato deixaram de fazer sentido para mim.

As inocentes de Copa


Caí de Salvador direto em Jacarepaguá. Uma hora e meia e dois buzús até a Zona Sul do Rio de Janeiro, para os não iniciados. Imaginem então a minha alegria quando, um mês depois, me mudei para um lindo conjugado (leia-se quarto, cozinha e cheiro de frango grelhado juntos) recém-reformado na Nossa Senhora de Copacabana. Estava bem servida: cinema, barzinhos legais, bancas de revista, Lojas Americanas, supermercados, farmácias, padaria – tudo a no máximo duas quadras do meu ap. A dona de casa feliz.

O conto de fadas acabou quando fui à praia com minha mãe e minha irmã e as putas e travestis saltaram mais aos olhos do que os vendedores de Mate Leão. “Vamos rachar um ap na Conchinchina, André?” foi minha primeira providência. Seguida de um “Claro que topo aproveitar essa mega bocada e morar em Ipanema na quadra da praia por 600 reais por mês, André”. Que dia bom. E o início de uma obsessão louca pelos classificados do Globo. André me deu aquele perdido. Já tinha botado na cabeça que queria sair de Copa a qualquer preço (que estivesse entre 1000 e 1100 reais). Foi quando descobri que os aps mobiliados do Flamengo, Botafogo e Laranjeiras (onde os meus pezinhos 34 podem pisar por ora) passam disso com folga. E, de repente, Copa ficou super interessante novamente. Que orla linda, hein?

Vou dizer ao proprietário do meu conjugadão que fico. Se o Brasil se acostumou com tanto filho da puta no congresso, eu hei de me acostumar com as putas de Copacabana.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Ele me disse oi



Não nos conhecíamos pessoalmente. Até então. Costumava ler sua coluna nos tempos que meu pai assinava a Revista Veja, antes de minha expedição aos Montes Urais. Reluto aqui em falar mal da Veja, já que exibo em meu currículo com certo garbo as minhas participações como repórter em edições especiais da revista. Mas devo confessar que não eram muitos os textos que me interessavam – aceitava a parcialidade com condescendência apenas naquele momento de cumplicidade anti-Lulista, ao final de cada exemplar, logo após as críticas de cinema de Isabela Boscov. Apesar de apenas estar lendo o que ele tinha escrito, dialogávamos. E hoje, ao passar por ele andando com o filho de bicicleta na orla de Ipanema, percebi que, ao me olhar, mesmo sem palavras, ele me disse oi.